Na maioria das empresas, as metas possuem um caráter mais individualista e raramente premiam o trabalho do time como um todo. Isso pode tornar metas e trabalho em equipe antagônicos. |
Neste jogo, assim como nas empresas, o diferencial é o trabalho coletivo e não o esforço dos indivíduos. O problema não é a pessoa ser excepcional, mas sim ela focar exclusivamente em suas metas individuais. Cada um era medido pela quantidade de inimigos que eliminava e também quando ajudava o time, só que alguns estavam jogando apenas pela primeira métrica. No entanto, a partida era vencida pelo time com maior pontuação.
Fazendo uma analogia desse cenário com uma empresa, esse jogador é aquele vendedor que vende um produto que ainda não foi produzido ao invés de oferecer o que está no estoque. É a área de compras que atinge a meta de desconto mesmo sabendo que o fornecedor não possui a qualidade necessária para entregar o serviço.
Todas estas ações são feitas por dois motivadores principais: o ego, sobre o qual não temos muito como interferir, e as métricas da empresa, que empurram muitas das ações dos colaboradores a eventos que possam trazer impactos negativos na companhia.
Para evitar isso, as métricas individuais devem ser compostas por indicadores que reforçam a contrapartida, seja para o time, seja para os outros departamentos.
Confira alguns exemplos:
1. Vendas – Itens vendidos
Contrapartidas
Volume de descontos concedidos: deve-se controlar não só o percentual de descontos, mas também com qual frequência é aplicado.
Itens customizados: o vendedor consegue vender o que a produção executa ou é necessário que o item tenha 'a cara' do cliente, custando mais para a operação?
Mix de produtos: garantindo a venda de outros itens e não apenas o carro-chefe, com a venda garantida.
2. Operação – Itens produzidos
Contrapartidas
Horas extras realizadas: o volume de produção não pode ser feito com o uso adicional de horas trabalhadas.
Número de funcionários: o indicador deve ser proporcional ao número de funcionários trabalhando.
Limite de máquinas respeitado: a velocidade de produção não pode exceder os indicadores dos fabricantes sob a pena de aumento de custo de manutenção preventiva e corretiva.
3. Operação – Rentabilidade
Contrapartidas
Férias: os períodos de férias devem ser respeitados e não podem ser transferidos para outros períodos.
Manutenções preventivas: devem seguir as recomendações dos fabricantes.
Qualidade mantida: não tiver especificações claras sobre as medidas do produto final, uma métrica de rentabilidade poderá ocasionar problemas sérios junto aos clientes.
4. Marketing – Ampliação de mercado
Contrapartidas
Rentabilidade: a métrica não pode ser apenas o tamanho do mercado conquistado e sim garantir liquidez.
Mix de produtos: deve-se pensar na empresa como um todo e não apenas um único item, salvo quando necessário.
Canibalização: não se pode lançar um produto que amplie o mercado mas concorra com outros produtos da empresa.
Fernando Angelieri é formado em Processamento de Dados pela FASP, com MBA em Gestão Estratégica de TI pela FIAP e em Administração pela FVG. Atuou em grandes empresas como Accenture e Microsoft e atualmente é um dos fundadores da TradingWorks, ferramenta na nuvem com foco na gestão de timesheet, atividades e projetos.
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