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Gestão de riscos em pagamentos digitais: do que se trata, afinal?

   A popularização dos smartphones é uma das razões pelas quais o país se tornou um dos principais mercados mundiais em transações eletrônicas. Por Marcelo Toniolo, diretor de Risco do PayPal para América Latina

Os pagamentos digitais estão cada vez mais consolidados no Brasil e seu crescimento é uma tendência irreversível. A popularização dos smartphones é uma das razões pelas quais o país se tornou um dos principais mercados mundiais em transações eletrônicas, com números expressivos que nem mesmo os recentes desafios econômicos têm sido capazes de abalar.

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Recente estudo da Euromonitor International encomendado pelo PayPal concluiu que, até 2020, cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro serão assinantes de internet móvel. E o Brasil tem e terá um papel fundamental nesse crescimento: deveremos contar com mais de 250 milhões de usuários de dispositivos móveis com acesso à web até o final da década. No entanto, é fundamental ter em vista que, historicamente, toda vez que um novo conceito é introduzido na maneira como fazemos transações financeiras, o consumidor adere de maneira lenta e cautelosa. As pesquisas mostram que a segurança continua sendo uma das maiores preocupações dos consumidores que compram online.

Segundo o mesmo estudo da Euromonitor, cerca de 47% dos brasileiros entrevistados ainda preferem não compartilhar suas informações bancárias em ambientes virtuais (a média mundial é 44%). A tendência é esse número cair, já que as empresas têm feito grandes investimentos para aumentar a segurança dos internautas, por meio de criptografia, por exemplo.

A evolução do e-commerce e do m-commerce, somada ao crescimento da internet de alta velocidade, também levou, infelizmente, a fraudes e roubos de informações. Em 2015, por minuto, foram registradas tentativas de fraude em 4,40% das compras feitas pela internet no Brasil, ou seja, R$ 3.610,20. Os números foram divulgados pela ClearSale no Mapa da Fraude 2016.

Portanto, conveniência e necessidade de um ecossistema seguro precisam coexistir. Avaliação de risco e proteção a longo prazo devem ser os alicerces sobre os quais as tecnologias financeiras são construídas. Não podem ser um “extra”, um “adicional”. Conveniência é permitir transações com o clique de um botão, mas o que continuará conquistando a adesão dos consumidores é a segurança que protege esse clique. E é fundamental estarmos aptos a gerenciar os riscos que surgirão nos próximos anos.

Para isso, há a necessidade de análise de dados em tempo integral combinada à supervisão humana, para que atividades suspeitas em contas sejam detectadas. Embora esse processo já tenha sido iniciado, há margem para que as empresas de pagamento desenvolvam tecnologias avançadas de segurança, capazes de verificar a identidade dos clientes e proteger suas informações. Além disso, sistemas adjacentes que estão em contato com esses dados precisam fazê-lo por meio de controles apropriados – todo cuidado é pouco!

Parece, porém, que uma grande parte da gestão de risco em pagamentos digitais se restringe a “dizer não” e bloquear transações. Isso não ajuda a estimular a cultura digital do País. Pelo contrário, cria obstáculos ao crescimento dessa indústria e prejudica o cliente no longo prazo. A verdadeira inovação está em descobrir como dizer “sim”. Empresas que fornecem pagamento digital e órgãos reguladores devem trabalhar juntos, a fim de descobrir como tornar o uso das transações digitais mais fácil que o do dinheiro vivo – e ainda mais seguro. E a gestão de risco precisa ser parte dessa equação.

Na minha opinião, os que proveem serviços de pagamento podem dizer “sim” protegendo tanto comerciantes quanto consumidores. Quando uma empresa de pagamento começa a oferecer garantias a ambos, ela admite o risco de fraude e é automaticamente incentivada a armazenar cuidadosamente as informações de seus clientes e investir em sistemas apropriados de gerenciamento de risco. Em outras palavras, o ônus desse gerenciamento muda do regulador para a indústria, o que fará com que ela amadureça e se concentre, acima de tudo, no valor agregado de seus produtos.

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