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O conselho é uma obrigação legal para algumas empresas. Há casos de conselhos em que o CEO está presente em todas as reuniões, enquanto outros não têm qualquer poder dentro da empresa. Esses órgãos, no entanto, são partes vitais nas boas práticas de governança.O assunto foi tema de debate no 17º Congresso IBGC de Governança Corporativa, realizado em São Paulo, onde a discussão sobre aparência e essência era central. A seguir, descubra por que vale a pena considerar implantar um conselho eficiente na sua empresa:
ENTENDENDO O CONSELHO
O papel do conselho é promover discussões que ajudem na tomada de decisões de uma empresa. Como afirmou Fábio C. Barbosa, sócio-conselheiro do Gávea Investimentos, “conselheiro não é gestor, ele assegura a governança. Ele baliza o CEO, que é quem executa aquilo que foi pensado”, falou.
É por isso que um conselho deve ser diverso, e não afiliado a nenhum interesse específico que não o crescimento responsável da empresa. É função do conselho preparar a empresa para possíveis mudanças no futuro e auxiliar o planejamento estratégico da empresa. Além disso, é também uma forma de descentralização de poder – razão da necessidade destes membros terem liberdade de propor ideias ao management.
A essência do conselho é criar longevidade, ou seja, pensar a empresa num prazo mais longo do que o período de tempo com que lida a administração no cotidiano. Um bom conselho significa uma empresa mais bem preparada e com as práticas de governança mais atualizadas ao mercado moderno e suas constantes mudanças.
AS PESSOAS DO CONSELHO Para não virar apenas uma formalidade de cumprimento de tabela, é preciso ter muita atenção na escolha dos componentes do conselho. Conselhos são compostos de pessoas e suas individualidades, por isso, deve-se levar em consideração não apenas números como a quantidade de conselheiros independentes. É preciso pensar nas subjetividades pessoais de cada um.
Para cumprir com eficiência o seu papel, a diversidade é uma característica essencial. Isso significa diversidade de experiências de vida, formação, gênero, raça e idade, entre outras. Barbosa admitiu achar assustadora a ideia de um conselho coeso e ainda brincou: 'como são inteligentes as pessoas que pensam como a gente'. Mas essa não é a utilidade de um conselho. O órgão deve ser capaz de questionar, debater e discordar sobre ideias. Só assim é possível obter a visão ampla da realidade necessária para que uma boa decisão seja tomada.
Simon C. Y. Wong, conselheiro independente de governança, investimentos e capital de mercado, propôs que um conselho deve conter uma diversidade de tipos psicológicos. Para ele, essas três personalidades são essenciais:
1. Alguém que se importa com detalhes: aquele que vai ler toda a papelada atentamente só porque ele gosta de entender as coisas, de saber dos detalhes.
2. Alguém que é naturalmente questionador: uma daquelas pessoas que não aceita novas informações sem antes desafiá-las. Não porque estão tentando ser uma pessoa difícil de se lidar, mas por encarar as coisas com um olhar bem analítico.
3. Alguém que sumarize a discussão: algumas pessoas são muito boas em sintetizar, por isso, são capazes de reunir o que foi discutido e sumarizar os pontos em que o conselho concorda e quais precisam de mais discussão.
Além dessas três personalidades, é importante que o conselho seja composto por outras pessoas com formações e perspectivas variadas que sejam capazes de adicionar à discussão.
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