A sucessão em empresa familiar deve ser planejada para evitar que o negócio seja comprometido quando chegar a hora de outra pessoa gerenciá-la. Aliás, é possível até mesmo ocorrer a interrupção de sua atividade, como quando um contrato de fornecimento de matéria-prima requer a assinatura do gestor da organização.
Se o líder anterior tiver falecido ou se afastado da direção, é grande a chance de ocorrer um atraso na produção ou na comercialização de bens até que outra pessoa assuma a liderança do negócio. Além disso, a sobrevivência da empresa (e até a renda principal da família) dependerá da capacidade de quem for assumir. Isso torna ainda mais importante escolher bem o sucessor.
Você quer evitar problema nesse processo de transição? Separamos algumas dicas de como promover uma mudança de poder da melhor forma possível. Acompanhe!
Definir um conselho consultivo
Antes mesmo de o fundador ou atual líder do negócio se afastar, é recomendado montar um conselho consultivo para guiar a próxima pessoa a assumir a gestão da empresa. Esse grupo pode contribuir na capacitação desse profissional, principalmente se cada membro for especializado em uma área da organização.
Cada integrante deve ser de alta confiança, tendo experiência dentro do negócio, de preferência. Também dá para incluir no grupo um consultor especializado em sucessão familiar. O mesmo vale para membros da família, a fim de que ela participe ativamente da escolha.
No entanto, é fundamental que a questão do parentesco não tome a dianteira na hora de compor essa equipe. O grau de capacitação, o conhecimento e a ética precisam ser prioridades.
Estabelecer a função do encarregado do processo
Quem for escolhido para compor o conselho deve ter atribuições, responsabilizando-se por determinados processos da transição.
Por exemplo, ajudar na busca do perfil mais adequado à liderança e treiná-lo em alguma área.
Dessa forma, o comitê pode preparar melhor as etapas para que o sucessor seja treinado, assuma o cargo de gestor e continue recebendo apoio.
Escolher e treinar o sucessor
Normalmente, a escolha do sucessor é pautada em sua competência e na necessidade da empresa. Pode ser preciso um perfil mais comunicativo, com maior habilidade de negociação ou com capacidade de suportar a pressão do setor.
É recomendado que o escolhido receba capacitação nas principais áreas da empresa, como comercial, marketing e finanças. Se o negócio atuar em um nicho específico, é importante que ele aprenda sobre esse segmento. Além disso, são essenciais os conhecimentos jurídicos, em contabilidade, em controladoria e em gestão de equipe.
É possível complementar seu treinamento com um curso de graduação, pós-graduação (como um MBA) ou especialização. Realizar um intercâmbio e participar de algum congresso em outro país também ajuda a expandir sua visão sobre negócios — além de contribuir para encontrar um parceiro ou fechar um novo acordo comercial.
Vale destacar que a sucessão em empresa familiar não precisa, necessariamente, resultar em um gestor integrante da família. É possível contratar uma pessoa de fora para conduzir o negócio, caso os seus membros não tenham ainda o preparo necessário para isso.
Nesse caso, o importante é que esse profissional mantenha uma boa comunicação com eles e que esteja a par dos valores familiares que permeiam a cultura da empresa.
Analisar questões tributárias e societárias
É possível que aspectos tributários e societários da organização e da família tenham que ser revistos. É essencial contar com a ajuda de um consultor nessa área, a fim de identificar qual mudança legal precisa ser realizada.
Caso haja algum tipo de competição entre os membros da família, será necessário implementar uma boa gestão de conflitos para evitar que isso atrapalhe a companhia.
Vale ressaltar que, durante o processo de sucessão, deve-se manter uma comunicação clara para que cada integrante da família fique ciente do que está havendo. Também é importante informar os demais colaboradores sobre questões que são de interesse de todos — como o rumo do negócio e uma eventual mudança na hierarquia.
Por fim, lembre-se de montar um documento com a política de sucessão em empresa familiar, devidamente registrado em cartório, para servir de guia ao processo. Ele poderá validar os critérios para transição.