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Agronegócio Geral

Como o acordo entre EUA e México pode atrapalhar as exportações brasileiras?



Foi oficializado o acordo entre EUA e México, renovado durante o encontro do G20. Agora, passa a se chamar Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, em inglês, ou T-MEC, em espanhol).

Para o presidente americano Donald Trump, essa nova versão do NAFTA é revolucionária e trará profundas mudanças para as nações envolvidas. Sem dúvida, esse cenário comercial também impacta a economia brasileira. Entenda como!

O que é o acordo feito entre EUA e México?

O Acordo Estados Unidos-México-Canadá é fruto de uma renegociação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio). Em vigor desde 1994, o NAFTA formava um bloco econômico composto por Estados Unidos, Canadá e México.

Seu objetivo principal era garantir o livre comércio entre essas três nações, diminuindo a barreira alfandegária e reduzindo o custo. O objetivo era aumentar a exportação de produtos e serviços entre os países membros.

Ao reavaliar e modificar os termos do NAFTA, Trump deseja reduzir o déficit comercial do país. Por outro lado, o acordo prejudicará montadoras que usam o solo mexicano para construir automóveis com menor custo.

O que dizem os termos do acordo?

Vamos por partes:

  • indústria automotiva: antes, 62,5% dos carros deviam ser fabricados dentro dos Estados Unidos. Com o acordo, esse percentual sobe para 75%. Entre 40 e 45% dos veículos precisarão ser construídos por mão de obra que ganha pelo menos US$ 16 por hora;

  • abertura de importação de laticínio no Canadá: os canadenses abriram a barreira do setor, além de ampliar a entrada de ovos, frango e peru produzidos nos Estados Unidos;

  • comércio eletrônico: atualiza termos sobre o comércio eletrônico, proibindo direitos aduaneiros para a distribuição digital de produtos como softwares, jogos, livros e filmes;

  • vigência e revisões: a acordo entre EUA e México durará 16 anos, com revisão a cada 6 anos;

  • direito do trabalho: contempla uma série de proteções trabalhistas que já são internacionalmente reconhecidas. Por exemplo, a proteção ao trabalhador imigrante e a não importação de produto feito por meio de trabalho forçado. Além disso, o México se compromete com leis que garantem o direito à negociação coletiva.

Por que a preocupação?

Ainda é difícil prever com exatidão como o Brasil sentirá o impacto do acordo entre EUA e México. O que se discute é um possível prejuízo na exportação de motores, aço, alumínio e autopeças brasileiras para esses países.

Por exemplo, com a obrigatoriedade de 75% dos automóveis serem construídos nos Estados Unidos, o setor automotivo brasileiro é diretamente afetado, uma vez que exporta veículos, peças e partes. Há também o debate de que insumos de alumínio e aço sejam comprados apenas dos Estados Unidos ou do Canadá.

Além disso, há anos o Brasil e o México têm tentado se entender na sua relação comercial, e a nova medida pode frear ainda mais essa negociação.

Os termos do acordo entre EUA e México ainda estão sendo avaliados. Além disso, os congressos dos três países ainda precisam dar a aprovação para que ele entre em vigor. De qualquer forma, o prejuízo econômico só não terá um impacto maior na economia brasileira em virtude da baixa participação do México na exportação geral do Brasil.

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