Por Maurício Molan
Em um mundo cada vez mais digital e baseado na tecnologia da informação, observa-se aprofundamento de um processo de ruptura do modelo de negócio tradicional, em benefício de um sistema onde as mais diversas funções organizacionais são transferidas para fora da empresa. Esse ambiente proporciona oportunidades para inovações menos intensiva em capital e mais compatíveis com iniciativas individuais e associadas a criação de pequenos negócios.
A fraca expansão da produtividade é o principal limitante à convergência do Brasil para um patamar de país desenvolvido. Um aumento superior a 1 p.p. no ritmo de crescimento da produtividade é condição necessária para que o país possa crescer 4% ao ano de forma sustentada.
Entendemos que, se fosse possível adotar políticas de fomento às micro e pequenas empresas, de forma a expandir essa atividade em 50% no período de 5 anos, seria viável gerar cerca de 5 milhões de empregos, o que contribuiria com uma redução de 4.7 p.p. para a taxa de desemprego total do país.
Adicionalmente, os números sugerem que existe um potencial de quase 4 milhões de empregos formais diretos a serem gerados caso fosse possível dobrar o número de empresas de alto crescimento em relação às 31 mil (segundo o último dado disponível).
No Brasil, já é possível constatar a existência de intensa atividade empreendedora, a despeito do ambiente institucional predominantemente desfavorável, em uma comparação global. Isso pode significar que existe uma cultura favorável à prospecção de novos negócios, o que é meio caminho andado rumo à inovação.
Do ponto de vista de políticas públicas, a agenda de reformas necessárias para promover um empreendedorismo inovador passa pela redução da burocracia, desregulamentação, simplificação das leis tributárias, redução da insegurança jurídica e melhoria da educação.
O governo vem trabalhando em uma agenda com este fim. Destacamos aqui as leis já aprovadas e os projetos apresentados pelos formuladores de política econômica no sentido de eliminar as principais dificuldades para fazer negócio no país.
Vemos, no entanto, amplo espaço para atuação do setor privado no sentido de fomentar a atividade empreendera através de: identificação de negócios, acesso a financiamento, integração à economia global e difusão de conhecimento.