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Por que empresas como o Google defendem a importância do erro na hora de inovar

Foto: Shutterstock

Um dos princípios mais enraizados em empresas inovadoras que nasceram na região do Vale do Silício, nos Estados Unidos, é a valorização do erro. No Google, por exemplo, segundo um estudo do site “The Next Web”, 36% das criações do Google podem ser consideradas fracassos nos primeiros 15 anos de existência.

Para o professor de Empreendedorismo do Ibmec/MG João Bonomo, a cultura do fracasso precisa ser mais valorizada no ecossistema brasileiro. 'Infelizmente, no Brasil, notamos o inverso: muitas pessoas privilegiam as carreiras de sucesso e escondem os erros que cometeram'. Segundo ele, com o pensamento do Vale do Silício, diminuem as chances de um novo fracasso: 'se um empreendedor já falhou uma ou mais vezes, ele já acumulou um conhecimento amplo sobre atitudes, decisões e ações que não deram certo.'

Mas como funciona a cultura do erro na prática? De acordo com Bonomo, na hora de contratar um novo membro para a sua equipe, por exemplo, é interessante conhecer episódios em que os candidatos não alcançaram seus objetivos. 'Uma vez que o profissional puder expor a situação em que não obteve sucesso e contextualizar o que esta decisão acarretou, o fracasso passa a ser compreendido como uma atividade propositiva e que gerou resultados inesperados', explica.

Segundo o especialista, as falhas mais defendidas por empresas como Google e Uber são aquelas relacionadas ao dimensionamento incorreto do mercado, ao perfil do consumidor e à forma de monetização. 'Não há uma estrutura universal ou padronizada do fracasso; ele pode ser contingencial, sistêmico ou até mesmo pontual', detalha.

De todo o aprendizado proporcionado pela falha, destaca Bonomo, é essencial focar na fonte utilizada para que a decisão fosse tomada equivocadamente. 'Saber quais foram os passos que geraram as decisões é o principal fator que pode impedir que o fracasso apareça outra vez', diz.

Diga sim ao erro
A dica do especialista é que a empresa não deve atribuir uma condição de inevitável à falha ou acreditar que ela pode ser neutralizada. 'O fracasso tem nome, sobrenome e pensar desta forma ajuda a refletir sobre como as condições favoreceram para que o resultado não fosse exitoso. Atente-se para essa perspectiva de autoconhecimento.'


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