Há algum tempo o mercado vem transformando a organização da sua força de trabalho. Antes, a carreira de um profissional era verticalizada do cargo de estagiário à coordenação, por exemplo. No entanto, a nova geração de trabalhadores mostrou ao mundo corporativo que nem todo crescimento é pautado em conquistar um cargo de liderança.
Neste artigo, você vai entender como é a carreira em W e qual é o benefício dela para a sua empresa. Mas, antes, é necessário conceitualizar a carreira linear e em Y. Confira!
Carreira linear
Tradicionalmente, a ascensão profissional é concebida em linha reta: de estagiário até gerente. Ou seja, o objetivo é atingir uma posição de liderança na organização.
Com o passar do tempo, as empresas viram a necessidade de mudar esse processo, pois nem todo colaborador tinha habilidade para liderar. Isso levava a um prejuízo tanto para a organização quanto para o funcionário, que só poderia mostrar seu talento se coordenasse uma área.
Carreira em Y
Nesse contexto, a pessoa tem a oportunidade do sucesso profissional mesmo que não tenha perfil de liderança. A trilha permite a ascensão de quem tem perfil técnico/especialista, que será desafiado e valorizado sem ter que coordenar uma equipe. Ou seja, o 'Y' é uma metáfora para os dois caminhos que podem ser escolhidos: técnico ou gerencial.
Carreira em W
Aqui, a versatilidade é a principal característica. Nela, é possível liderar e, ao mesmo tempo, manter sua especialidade, ou seguir por um outro caminho.
Com a multidisciplinaridade, o profissional tem a oportunidade de desenvolver uma visão sistêmica do negócio. Isso faz com que ele participe ativamente de outros setores. Assim, há uma flexibilização na trilha de carreira, permitindo que o colaborador transite por uma nova área de interesse a fim de atingir a alta performance.
O surgimento da carreira em W e as suas vantagens
Proposto por Roberto Pierre Rigaud, esse modelo surgiu em meados da década de 1980, mas ficou em desuso por um tempo devido à dificuldade de implementação. Com a transformação do modo de trabalho, ele voltou à tona por se encaixar na proposta de algumas organizações.
As vantagens são:
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visão sistêmica do negócio;
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maior engajamento do profissional;
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equipe mais motivada;
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desenvolvimento de inteligência emocional do grupo;
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melhor relação interpessoal;
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maior atração e retenção de talentos;
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gestão do conhecimento.
A aplicação no negócio
Antes de implementar a carreira em W, é preciso adotar algumas medidas. A primeira é fazer uma autoavaliação do que a empresa tem de forte e de fraco, a fim de estabelecer o que precisa ser melhorado. Também é necessário entender se o modelo funcionaria em longo prazo.
A partir disso, é preciso definir o objetivo do plano de carreira. Pesquise qual é a ambição da equipe, verifique suas metas de curto, médio e longo prazo. Por fim, determine o que se encaixa ou não no processo.
Vale lembrar que a estrutura de cargos não pode ser muito complicada nem simples demais. Grande parte das organizações adota o modelo em alguma área mais complexa do organograma, o que significa que nem todo setor ou cargo entra na carreira em W.
Quando há versatilidade de atuação, o ganho é tanto da empresa quanto do colaborador. Mas lembre-se: boa comunicação, capacidade de gerir conflito, criatividade e inovação são características de quem se adapta melhor à carreira em W.