Posicionar-se como uma boa marca empregadora pode impactar positivamente em diferentes áreas da empresa. Atualmente, sites como o Love Mondays e o Glassdoor, por exemplo, que reúnem avaliações e notas de funcionários sobre suas respectivas organizações, são capazes de influenciar a atração dos melhores talentos.
Uma pesquisa feita pela área de soluções de talentos do LinkedIn concluiu que uma companhia com 10 mil funcionários gasta cerca de 10% a mais com cada funcionário para 'compensar' uma má reputação e fazer com que o talento aceite o emprego. O número foi calculado de acordo com a média salarial nos Estados Unidos e o índice de turnover das empresas.
O professor de Empreendedorismo e Inovação do Ibmec Marcelo Minutti explica que a imagem empregadora da marca na internet pode causar impactos significativos na captação de talentos. 'Se aquele colaborador dos sonhos recebe ofertas de trabalho em vários lugares, ele pode optar pela empresa que as pessoas dizem ser o melhor lugar.'
De acordo com o especialista, para obter uma boa marca empregadora na internet, é necessário trabalhar 3 pilares. São eles:
1. Experiências que as pessoas têm com a marca
Para evitar opiniões negativas nas redes, Minutti diz que a empresa deve proporcionar experiências satisfatórias para que o funcionário comente sobre elas. 'A opinião das pessoas em ambientes que não podem ser controlados pela marca pode ser influenciada pelas boas experiências.'
Potencializar as vivências positivas das pessoas e fazer com que elas ganhem voz é a dica do especialista para tentar melhorar a imagem da marca. 'Disponibilizar canais para os colaboradores poderem se expressar e estimulá-los a se manifestarem'. Minutti sugere também que a empresa participe de concursos e ranking que classificam a qualidade do ambiente de trabalho.
2. Harmonia entre discurso e ação
Segundo o professor, às vezes, o discurso da empresa é um e as práticas internas são outras. 'A postura em relação às causas e aos valores que ela defende publicamente precisam estar em harmonia', explica.
3. Monitoramento virtual
Por não ter o poder de controlar as reações das pessoas na internet, a marca precisa monitorar estes espaços: 'ela tem que estar acompanhando o que todo mundo está falando e dar importância para isso.'
Minutti acrescenta ainda que o monitoramento pode funcionar como uma ferramenta para melhorar o cenário. 'É um feedback constante e, portanto, a companhia precisa absorver a informação para aprimorar suas iniciativas estratégicas.'
Ao identificar uma experiência negativa, Minutti aconselha que a marca comece a agir imediatamente: 'ela deve chamar o funcionário para conversar, tentar entender o problema, ouvir e dar atenção.'
O grande risco, segundo o professor, é quando a pessoa vira ex-funcionário. Portanto, é necessário dar uma atenção muito especial para o desligamento. 'O processo deve ser realizado com muita delicadeza e atenção, para que a pessoa reconheça isso.'
Consciência digital
Diversas empresas já tiveram suas imagens influenciadas por causa de publicações de funcionários nas redes. Para prevenir, Minutti explica que muitas companhias têm implantado programas de consciência digital. 'Em vez de proibir que o funcionário tire fotos, por exemplo, a organização capacita e sensibiliza para que ele compreenda o poder das suas publicações nas redes sociais', conclui.
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