Provavelmente, você já ouviu falar no termo economia colaborativa. Esse modelo de consumo pode estar mais próximo da sua realidade do que você imagina, afinal, o Brasil é o líder em iniciativas na América Latina, de acordo com um estudo promovido pela IE Business School e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O movimento, considerado a principal tendência econômica do século 21, visa aumentar a eficiência no uso de recursos naturais e bens, ao estimular o intercâmbio e o compartilhamento de serviços por meio de plataformas digitais – o que fomenta o empreendimento e a inovação e reduz o desperdício.
A ideia central da economia colaborativa é a troca – “o que é meu, é seu” –, que incentiva o pensamento de compartilhar ao invés de possuir. O modelo conecta pessoas interessadas em um produto ou serviço com pessoas que podem oferecê-los ou comparti-los.
Como os hábitos de consumo vêm mudando e consumidores cada vez mais compram online, a tecnologia será uma facilitadora da expansão desses serviços: a era digital não só contribui com a renovação, como amplia as possibilidades de atuação.
Crise econômica
A crise econômica que atingiu o Brasil facilitou o crescimento da economia colaborativa no país. Como o modelo estimula o reaproveitamento de recursos já utilizados, como casas e carros próprios, e com um preço mais acessível, a população começou a buscar esses serviços visando economizar no seu orçamento. Como o desemprego também surpreendeu negativamente o país, brasileiros procuraram conhecer mais sobre o movimento para buscar uma fonte de renda extra.
Modalidades
Há uma diversidade de modalidades na economia colaborativa: compartilhamento de veículos, casas, quartos e espaços de trabalho; e troca de objetos e produtos, como livros e roupas. Há também a possibilidade de viabilizar projetos, como gravação de um filme ou lançamento de um serviço, por meio do financiamento coletivo – o crowdfunding.
O modelo econômico é vantajoso tanto para quem oferece quanto para quem contrata um serviço, fornecendo oportunidades para pessoas que precisam de uma renda extra – ou seja, é possível economizar e também lucrar com o movimento. Entre as empresas mais conhecidas que seguem o modelo estão Netflix, Uber, Airbnb e Blablacar.
Airbnb
Criada em 2008, o Airbnb é a maior plataforma de hospedagem alternativa do mundo. O serviço permite que moradores locais de mais de 191 países e 34 mil cidades coloquem sua casa ou quarto para alugar para viajantes, permitindo a troca cultural entre o visitante e o inquilino.
O morador é quem decide por quanto tempo pode liberar sua casa e quanto irá cobrar – o valor, geralmente, é bem mais barato do que o preço de uma diária em um hotel na região. Além disso, a plataforma oferece experiências seguras, pois conta com mais de 40 ferramentas de segurança – evitando que os usuários tenham experiências ruins.
No Brasil, o Airbnb chegou em 2012, com 3,5 mil acomodações cadastradas. Em 2017, já são 123 mil imóveis – parte do crescimento explica-se com a realização dos Jogos Olímpicos, em 2016, quando foram registradas 85 mil chegadas de hóspedes e calculado um giro de atividade econômica de R$ 100 milhões para a cidade do Rio de Janeiro.