No ano de 2020, o Banco Central trouxe mais uma novidade além do Pix: o Open Finance. Novo sistema que faz parte da sua agenda na dimensão Competitividade, está em andamento na pauta de Inovações dos serviços financeiros brasileiros.
Em poucas linhas, com o Open Finance, dados como: nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço e etc. poderão ser compartilhados entre instituições financeiras com o consentimento do usuário.
Trouxemos neste conteúdo, mais informações sobre como vai funcionar o processo ao longo de 2021, já que está previsto para acontecer de forma gradual até o fim do ano. Continue com a gente e confira:
• O que é o Open Finance
• Quais as vantagens
• Como vai funcionar
• Quando vai acontecer
• Por dentro do Soft Opening
O que é o Open Finance
Podemos dizer que o Open Finance é uma solução que permite o compartilhamento de dados e serviços financeiros, de forma padronizada. É importante destacarmos que todo e qualquer compartilhamento de dados dentro desse sistema respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Dentre os dados que estão previstos para esse compartilhamento, estão:
• dados básicos de cadastro (nome, e-mail, telefone, endereço e etc.);
• dados transacionais (renda, faturamento no caso de empresas, perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente, etc.);
• dados sobre produtos e serviços (empréstimos, crédito, financiamentos, etc.).
A proposta e foco do Open Finance é o cliente no centro. Sendo assim, o cliente está sempre no comando e sua permissão e autorização são necessárias e obrigatórias para que algum dado seja compartilhado dentre as instituições financeiras.
Vantagens do Open Finance
Para o cliente
Como já dissemos, aqui o foco é o cliente. Então, pessoas físicas e jurídicas poderão solicitar facilmente o compartilhamento dos seus dados com outros bancos em busca de melhores serviços.
A competitividade será grande e isso deve levar a maior concorrência e serviços dentre as instituições financeiras. O cliente sairá ganhando, com maior quantidade de ofertas.
Para as instituições
O formato padronizado para o compartilhamento de dados é uma das maiores vantagens do Open Finance.
Todas as instituições participantes devem compartilhar seus dados de acordo com um padrão do Open Finance, o que torna o processo de troca muito mais produtivo e ágil.
Como funciona o Open Finance
O Open Finance funciona na reciprocidade. Sendo assim, todas as instituições aderentes terão o direito de receber dados de seus concorrentes, porém, também precisarão compartilhar suas bases, caso o cliente solicite.
Quem participa do Open Finance
Para participar do Open Finance, basta ser:
• cliente (pessoa física e/ou jurídica) de instituições financeiras;
• instituição financeira dos segmentos S1 (são os grandes bancos, o Santander está aqui 😊) e/ou S2 (como o BNDES) – importante mencionar que essas instituições são obrigadas a participar;
• demais instituições financeiras, autorizadas pelo Banco Central, podem participar de forma facultativa e voluntária.
No Open Finance Brasil, apenas instituições financeiras que funcionam sob algum tipo de regulação oficial do Banco Central poderão participar.
Exemplos de como vai funcionar
Para exemplificar o funcionamento do compartilhamento de dados e serviços do Open Finance Brasil, Cristiano Gomes, Head of Digital Architecture do Santander, traz dois casos simples:
Compartilhamento de dados
Suponha que um cliente da instituição financeira A utiliza o Internet Banking para consultar seu saldo e extrato. Suponha ainda que este mesmo cliente também tem uma conta na instituição financeira B e utiliza o aplicativo da instituição B para verificar seus empréstimos, pagamentos efetuados, saldo, extrato, etc.
Com o Open Finance, o cliente poderá compartilhar seus dados na instituição B enviando-os para a instituição A. Deste modo o cliente poderá verificar seus empréstimos, pagamentos efetuados, consultar o saldo e o extrato de das suas duas contas utilizando apenas o aplicativo da instituição A. Essa visualização consolidada será possível através do Open Finance.
Compartilhamento de serviços
Imagine que um cliente está em uma loja virtual e deseja comprar um produto. O cliente simplesmente informará à loja que pretende pagar com a sua instituição financeira preferida. A loja virtual, no papel de iniciadora de pagamentos, enviará um pedido de pagamento para instituição indicada pelo cliente, informando os dados de identificação do cliente e os dados de pagamento. O cliente acessa o site ou aplicativo da sua instituição financeira, confere os dados da transação e, se tudo estiver correto, aprova o pagamento. Pronto.
Você pode conferir o artigo completo do Cristiano Gomes no Medium do Santander Brasil.
Convidamos especialistas Santander para trazer tudo sobre Open Finance, quais são os impactos e oportunidades para os negócios no Brasil. Confira abaixo como foi a live e fique por dentro:
Cronograma do Open Finance
Segundo o cronograma de implantação do Open Finance já divulgado pelo Banco Central em junho de 2021 (Resolução BCB nº 109), a implantação será dividida em nove fases, terminando em setembro de 2022.
De acordo com o avanço das fases, o nível de abertura do ecossistema também avança. Confira os detalhes de cada uma:
Fase 1
Seu início foi em fevereiro de 2021 e previu o compartilhamento padronizado a dados de instituições, como canais de atendimento e lista de produtos e serviços.
Fase 2
Com início em agosto de 2021, prevê o compartilhamento dos dados dos clientes, sempre mediante a autorização do cliente, que terá esse próprio controle.
Sendo assim, a partir da Fase 2, os clientes poderão iniciar o compartilhamento de seus dados entre instituições financeiras de sua escolha. É importante destacarmos que essas autorizações terão um prazo de validade. Ou seja, caso o cliente queira, será necessário renovar suas autorizações quando forem notificados, sendo assim, as instituições terão que pedir a renovação do consentimento aos clientes.
Fase 3
Com início previsto também em agosto de 2021, abrange o compartilhamento do serviço de iniciação de transação de pagamento, e do serviço de encaminhamento de proposta de operação de crédito entre instituições financeiras e correspondentes. Ou seja, consumidores ganharão mais autonomia no acesso a serviços financeiros, que poderão ser contratados não somente numa agência ou aplicativo de banco. Também prevê o com o compartilhamento de serviços de transferências pelo Pix.
Fase 4
É prevista para dezembro de 2021 e trará a expansão do escopo de dados para abranger novas opções, como câmbio, investimentos, previdência e seguros. Com isso, é esperada a criação de produtos e serviços cada vez mais alinhados às necessidades dos clientes.
Fase 5
Com previsão para fevereiro de 2022, abrange o compartilhamento de serviços de transferências entre contas do mesmo banco e TED.
Fase 6
Com previsão para março de 2022, inclui o compartilhamento do envio de propostas de operações de crédito a clientes que aderirem ao Open Finance.
Fase 7
Com previsão para maio de 2022, trata do compartilhamento de dados de clientes sobre demais operações financeiras, como câmbio, investimentos, previdência e seguros.
Fase 8
Com previsão para junho de 2022, compreende o compartilhamento de serviços de pagamento por boleto.
Fase 9
Com previsão para setembro de 2022, envolve o compartilhamento de serviços de débito em conta.
Soft Opening
O Soft Opening do Open Finance e inauguração da Fase 2 irá se iniciar no dia 13 de agosto de 2021 e conterá 4 ciclos com evolução gradual do escopo e do número de clientes.
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