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Agronegócio Gestão Financeira

O que é CMV e por que eu preciso saber isso?



Entender o cálculo do Custo de Mercadoria Vendida (CMV) pode ajudar você a precificar melhor o seu produto, além de descobrir os principais custos que interferem na produção e na comercialização de itens. Esse
indicador financeiro também contribui para o entendimento do lucro bruto do negócio.

Quer saber como isso ocorre? Continue lendo e veja o artigo que preparamos sobre ele!

O que é CMV?

O Custo de Mercadoria Vendida envolve a soma dos custos para produzir, armazenar e vender determinado produto, de modo a transformá-lo em faturamento para a organização.

Por exemplo, um revendedor tem custo para adquirir a mercadoria que vai comercializar. Além disso, precisa mantê-la em estoque, gerando mais gasto. Dependendo da operação, pode haver despesa com frete do local de produção até o de comercialização, bem como para colocar o produto à venda.

Tudo isso compõe o CMV, que será subtraído do faturamento para se obter o lucro bruto. Contudo, dependendo do regime tributário, o que compõe os custos poderá variar.

Como funciona o CMV?

A fórmula do Custo de Mercadoria Vendida é relativamente simples, podendo ser empregada para todos os produtos no almoxarifado ou para apenas um tipo. Veja:

  • CMV = (inventário ÷ estoque inicial + compra) - inventário ÷ estoque final.

Digamos que você começou o mês com R$ 10.000 em mercadorias armazenadas. Em 30 dias, adquiriu mais R$ 3.000. Porém, decorrido esse período, ficou com R$ 8.000 em estoque. O cálculo será:

  • CMV = R$ 10.000 + R$ 3.000 - R$ 8.000;

  • CMV = R$ 5.000;

Com base nesse dado, podemos estimar o lucro bruto (LB) por meio da seguinte fórmula:

  • LB = vendas - CMV.

Se sua empresa faturar R$ 14.000 nesse mês, a conta fica assim:

  • LB = R$ 14.000 - R$ 5.000;

  • LB = R$ 9.000.

Seu lucro bruto — antes de deduções de despesas operacionais fixas/variáveis, impostos, pagamentos de juros etc. — foi de R$ 9.000.

Qual é a importância de realizar esse cálculo?

O CMV ajuda a entender custos da empresa, sendo fundamental para precificação de produtos e para a busca de uma margem ideal de lucro bruto — especialmente se comparado ao CMV médio de seu setor.

Também ajuda a entender a situação financeira do negócio na hora de fechar contratos e acordar condições de pagamento.

Além disso, um CMV alto pode apontar questões como aquisição de mercadorias a um valor elevado e problemas nas vendas. Por outro lado, se for muito baixo, pode indicar que as compras são vantajosas ou que a qualidade da matéria-prima ou produto é baixa.

Alcançar um CMV menor requer planejamento e cautela, para não comprometer o nível de excelência da mercadoria.

É possível fazer o cálculo do inventário?

Sim, tanto do inventário permanente (atualizado em tempo real) quanto do periódico (feito de tempos em tempos). Aliás, o caso já citado acima serve como exemplo de um cálculo de inventário periódico que considera a contagem do estoque físico após um mês. Basicamente, nesse modelo achamos o CMV pela diferença no período estipulado.

Já o inventário permanente controla a entrada e a saída de matérias-primas e produtos com atualizações em “tempo real”, ou seja, por transação individual. Nele, é necessário pôr mais duas variáveis:

  • Devoluções de Compra (DC), ou seja, devoluções feitas pela empresa ao fornecedor;

  • Devoluções de Venda (DV), que correspondem às devoluções efetuados por consumidores.

No inventário periódico, como usamos apenas o valor em estoque final consolidado, esses dois elementos não precisam ser incluídos. Mas eles são importantes no permanente.

Digamos que uma empresa tem R$ 20.000 de estoque inicial. Adquire R$ 10.000 em itens e, após uma grande operação, termina com estoque final no valor de R$ 13.000. Contudo, antes disso, houve R$ 4.000 em DCs e R$ 1.000 em DVs. O cálculo será:

  • CMV = inventário ÷ estoque inicial + compra + DV - DC - inventário ÷ estoque final;

  • CMV = R$ 20.000 + R$ 10.000 + R$ 1.000 - R$ 4.000 - R$ 13.000;

  • CMV = R$ 14.000

Saber o CMV por si só não é capaz de direcionar estratégias de vendas. Ele é uma importante ferramenta que ajuda a otimizá-las, mas precisa ser usado com outras métricas de desempenho e análises financeiras.

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