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É possível sobreviver em um mercado de gigantes?


Foto: Shutterstock

Ao realizar uma compra online, você analisa os preços das principais marcas para pagar mais barato? A proposta da startup Baixou é oferecer uma ferramenta de comparação de preço aos usuários. A empresa partiu de uma necessidade interna. O CEO Patrick Nogueira tinha um blog que buscava os preços mais baixos e, em 2011, decidiu criar um site onde todas as pessoas poderiam ter acesso a esse serviço.
 
Além do site, a companhia criou um aplicativo de navegador chamado Baixou Agora, que é uma extensão de navegador. Após ser instalado, quando a pessoa estiver navegando dentro da loja, o aplicativo irá comparar os preços dos produtos automaticamente e avisar onde está mais barato. Os preços só são comparados nas lojas com quem o Baixou possui parceria, como Wall Mart, Saraiva, Ponto Frio e Americanas. Hoje, o plugin tem mais de 800 mil instalações e monitoram a cada hora a variação de preço de mais de 3 milhões de produtos.

O que os números dizem?
Segundo dados da E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, 17,6 milhões de pessoas fizeram pelo menos uma compra online no primeiro semestre de 2015 no Brasil. O resultado representou uma queda de 7%, na comparação com o mesmo período de 2014.

A pesquisa global da Nielsen sobre e-commerce apontou que regiões em desenvolvimento da América Latina e Ásia-Pacífico demonstram uma vontade de comprar pela internet mais forte do que a média mundial. No entanto, o estudo descobriu que as taxas de usuários da Ásia-Pacífico que realizam compras online são as maiores, enquanto os índices de latino-americanos que compram são os mais baixos. Ou seja, usuários da Ásia-Pacífico compram e da América Latina navegam.

Como sobreviver?
Os números não são animadores e sobreviver em um market place onde há gigantes disputando a atenção do usuário não é algo simples. Apesar de não se considerar um market place e não concorrer diretamente com EBay e Amazon, por exemplo, o Baixou precisou adotar estratégias para conseguir tornar-se uma startup de sucesso.

Aos 31 anos, o CEO Patrick Nogueira conta que a principal tática do Baixou, desde o início, foi tentar trazer um diferencial que não existia no mercado. 'Realizamos estudos e percebemos que nenhuma loja mostrava os produtos que tiveram queda no preço e isso não permitia que o usuário tivesse uma referência de valor entre as concorrentes'. Hoje, segundo Nogueira, algumas lojas já possuem, mas o Baixou tenta manter um diferencial, focando em algo bem legível e que traduza de uma forma simples as informações para o consumidor. 'A nossa estratégia hoje é focar no aplicativo porque ele é o nosso diferencial. É o único aplicativo no Brasil que faz comparações, histórico, monitoramento e oferece cupons de desconto. Tentamos trabalhar para valorizar esse diferencial e proporcionar comodidade ao usuário final', disse.

Além disso, o CEO do Baixou acredita que outros dois fatores permitem a permanência no mercado diante de tantas companhias grandes: 'ter um custo operacional pequeno e conseguir se desenvolver mais rápido porque as decisões são tomadas mais rapidamente, por conta de sermos uma startup, são vantagens hoje para nós'.

Os desafios
Segundo Nogueira, os principais desafios de uma startup são:

1. Obter recursos
'Hoje, não conseguimos desenvolver tudo o que queremos porque faltam recursos financeiros e de pessoas'.

2. As parcerias
'No início, é muito difícil chegar a parceiros muito grandes e negociar promoções e descontos exclusivos com as empresas'.

A principal fonte de faturamento do Baixou são as parcerias com as lojas. 'É uma parceria de ganha-ganha: anunciamos os produtos das lojas e se algum usuário comprar pelo direcionamento do site, o Baixou ganha uma comissão que varia de 2 a 15%', explica ele.

Outro fator importante para permitir que uma startup sobreviva a um mercado competitivo é a busca por investidores. 'Hoje, rodamos com capital próprio e o Baixou está sendo acelerado pela ‘Start You Up’. Tivemos algumas propostas de investidores externos, mas recusamos por não serem tão atraentes para a empresa', disse.

Segundo Nogueira, a meta de crescimento do Baixou para esse ano é manter os resultados de 2014. 'Com a instabilidade econômica atual, estamos apenas tentando manter o mesmo crescimento do ano passado', concluiu.

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