Sites e aplicativos já fazem parte do cotidiano de muitas marcas, que se esforçam para atingir novos públicos no meio digital que não para de crescer. Apesar disso, são poucos os que efetivamente têm um retorno consistente desse investimento. Em outras palavras, falta-lhes “reputação digital”. |
A maioria dos profissionais e das companhias sabem da importância de ter uma presença no meio digital. Sites e aplicativos já fazem parte do cotidiano de muitas marcas, que se esforçam para atingir novos públicos nesse canal que não para de crescer. Apesar disso, são poucos os que efetivamente têm um retorno consistente desse investimento. E isso acontece porque, apesar de estarem lá, não conseguem se diferenciar no mar de ofertas e concorrentes. Em outras palavras, falta-lhes “reputação digital”. Dito isso, quero compartilhar com todos uma experiência pessoal que lhes pode ser útil no processo de se destacar na Internet.
No final do ano passado, fui eleito o sétimo brasileiro mais influente no LinkedIn pelo prêmio Top Voices, organizado pela própria empresa. Agora, sem investir um único real em publicidade, acabo de atingir a marca de 150 mil seguidores na mesma rede, que não têm estrelas com milhões de fãs. Quando comento isso, um certo espanto costuma vir acompanhado de duas perguntas: 'como consegui isso' e 'o que você ganha com isso'. As duas são muito legítimas, e é justamente nas suas respostas que quero chegar.
Quando comecei a escrever no LinkedIn, em julho de 2015, eu nem sabia que existiam seguidores nele. Já tinha algo como 1.500 conexões, mas nunca havia prestado atenção na possibilidade de pedir ao sistema para ser notificado das atualizações de alguém. Comecei a escrever pelo prazer que me guia até hoje: compartilhar ideias e fomentar debates na minha área de atuação que acredito sejam importantes para a sociedade. E então algo incrível começou a acontecer: completos desconhecidos começaram a falar comigo.
PREPARE-SE PARA FAZER AMIGOS
Diferentemente de em outras redes sociais, onde basicamente meus amigos ou gente com interesses parecidos aos meus veem minhas publicações, no LinkedIn pessoas que não têm nada a ver comigo são impactados pelo que produzo. E o poder e a amplitude disso são tão grandes, que recebo mensagens como a de um agricultor do interior que Rondônia, que escreveu dizendo “obrigado pela sua publicação: mudou a minha maneira de ver o meu próprio negócio”. Ao ler algo assim (e são várias mensagens do mesmo estilo), um misto de alegria e incredulidade toma conta de mim. Afinal, como eu pude ajudar um agricultor em Rondônia no seu negócio? Justo eu, cujas habilidades agrícolas não vão muito além de plantar feijão no algodão molhado. Mas a verdade é que o que fazemos – inclusive o que escrevemos – pode impactar pessoas diferentes de maneiras diferentes, de formas que jamais imaginaríamos. No caso, um artigo sobre inovação, pensado para negócios digitais, abriu os olhos de um longínquo agricultor para realizar seu trabalho de uma maneira melhor.
É uma pena que a maioria dos profissionais e das marcas não queiram interagir verdadeiramente com seu público, resquício do jeito velho de fazer marketing. Para eles, a comunicação não vai além de empurrar seu produto goela abaixo das pessoas, esperando que elas paguem por isso. Mas pelo poder concedido a todos pelas redes sociais, as pessoas agora querem participar do debate. Por isso, quando elas recebem uma resposta gentil e verdadeira do profissional ou da empresa – nada de frases prontas – isso pode gerar resultados muito positivos. E aquela massa anônima começa a ganhar um rosto, alguns se tornam fãs ou embaixadores da marca e alguns podem se converter em verdadeiros amigos. Esse é o grande “segredo” para se conseguir tantos seguidores: ouvir o que os outros têm a dizer e responder com empatia. Nessa hora, você já não é apenas mais um no mar de mesmice digital.
CRIE NEGÓCIOS COM “UAU!”
No momento em que uma legião de pessoas, que não são seus parentes ou seus amigos, começam a compartilhar o que você produz, enaltecendo suas qualidades, você muda para um outro patamar. Nessa hora, você percebe que começou a construir a sua reputação digital. É importante que fique claro que reputação não é algo que pode ser comprado. É possível, claro, aumentar vendas e consolidar marcas com caras e sofisticadas campanhas de marketing. Mas, mesmo nesses casos, a reputação só surge quando o consumidor tem diante de si algo que o surpreende de uma maneira consistente. Peguemos um exemplo batido, mas muito emblemático: a Apple. Naturalmente a empresa sempre fez publicidade. Mas o que transformou seus produtos em objetos de adoração e a marca em quase uma religião foi seus consumidores sentirem constantemente que eles tinham algo incrível e único. Não bastava ser algo como “funciona muito bem”; tinha que ser “UAU!”.
Bem, obviamente eu não sou a Apple. Entretanto, dentro da minha esfera de atuação, eu sempre procuro oferecer um “UAU!” às pessoas que me procuram. E um bom “UAU!” não pode ser dado esperando algo em troca!
Claro que eu não fiz negócio com esses 150 mil amigos, nem mesmo com 0,1% deles! É óbvio que não, mas isso não importa: esse grupo de pessoas me ajuda a fortalecer a minha reputação. Sou muito grato a eles e trabalho com afinco para continuar a lhes oferecer mais “UAU!”. Pois, graças a essa reputação, eu posso fazer negócios melhores e mais facilmente.
Essa é a grande mágica nisso tudo: mil novos seguidores todos os dias não é a parte mais impressionante nesse processo. O mais incrível é você tocar a vida das pessoas construtivamente e, dessa forma, elaborar uma rede positiva com poder para retribuir com a transformação do SEU negócio. E essa energia pode vir até mesmo de um desconhecido agricultor em Rondônia.
Paulo Silvestre (br.linkedin.com/in/paulosilvestre), jornalista apaixonado por mídia e tecnologia, está online desde 1987 e trabalha com mídias digitais desde 1995. É palestrante e professor dos cursos de pós-graduação 'Gestão de Marketing' (Mackenzie), “Redes Sociais, Colaboração e Mobilidade” (PUC-SP), “Gestão de Conteúdo em Comunicação” e 'Comunicação Empresarial' (Metodista), e “Design de Interação” (Istituto Europeo di Design). Participou da criação da FolhaWeb, que se transformou no Universo Online, e da AOL Brasil, onde foi gerente de produtos. Foi também editor de produtos digitais da revista Exame, gerente sênior de conteúdos didáticos digitais da Editora Saraiva, gerente de produtos digitais do Grupo Estado, editor de produtos digitais da Microsoft e gerente de e-commerce da Samsung. Solicitações de consultorias, palestras e workshops podem ser enviadas para contato@paulosilvestre.com.br.
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