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O Brasil tem 23 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos. Eles vivem um momento-chave, em que devem dar os primeiros passos na construção de uma trajetória profissional que os ajudem a realizar suas aspirações e, ao mesmo tempo, contribuir com a sociedade.
Mas o que fazer quando você não encontra portas para entrar no mercado de trabalho? Esse é o dilema vivido por 24,5% da população nessa faixa etária, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
São 5,6 milhões de pessoas de 18 a 24 anos desocupadas, numa fase em que poderiam estar acumulando experiências e aprendizados práticos para se posicionarem no mundo do trabalho. Por outro lado, o Brasil possui cerca de 9 milhões de pequenos negócios que, segundo o Sebrae, respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários no país (dados de junho de 2014).
Longe de ser uma questão nacional, o desemprego da juventude é mundial. A edição 2015 do relatório Tendências Globais de Emprego para a Juventude, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), dá conta de que existem 73,3 milhões de jovens desocupados no mundo.
Como parte do esforço para buscar soluções para o tema, ele foi integrado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. O ODS 8 define uma agenda para o emprego e o desenvolvimento econômico, com a meta de operacionalizar uma estratégia global que passa, inclusive, pelo incentivo ao crescimento das PMEs.
Comprometido com essa agenda, o Banco Santander articulou duas de suas iniciativas globais, o Santander Universidades e o Programa Avançar, em um programa de estágio que apoia o jovem universitário no início de sua vida profissional.
PROGRAMA UNIVERSITÁRIO-EMPRESAS
O Programa Universitário-Empresas, do Santander, busca aproximar esses dois elos, contribuindo para a inclusão de jovens no mercado de trabalho e, ao mesmo, tempo, para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas.
Lançado em 2011, na Espanha, o antigo Programa de Estágio é adotado em 7 países e já beneficiou mais de 27 mil universitários no Brasil, Espanha, Reino Unido, Porto Rico, México, Portugal e Argentina. No Brasil, foi implementado em 2015 e até o final de 2016 somou 1.275 universitários beneficiados.
O Programa é resultado da parceria entre o Programa Avançar, iniciativa do Santander Negócios e Empresas que reúne soluções não financeiras para apoiar o desenvolvimento, a contratação de profissionais e a internacionalização de PMEs, e o Santander Universidades, a maior aposta do banco para apoiar o desenvolvimento da educação superior em todo o mundo.
Com ele, o estudante tem a oportunidade de estagiar em pequenas e médias empresas clientes do banco por quatro horas diárias, durante quatro meses, recebendo do Banco uma bolsa que, hoje, é de R$ 882,00. E, assim, colocar em prática o que aprendeu. Em contrapartida, as PMEs ficam mais próximas do conhecimento oriundo da universidade em que ele estuda, fortalecendo seu potencial para a inovação.
É por meio do Programa Avançar que o Santander identifica as empresas que serão beneficiadas com a contratação de estagiários. A seleção é feita pela empresa contratante em conjunto com a Universia Brasil, empresa parceira do Santander Universidades.
COMO FUNCIONA?
1. Distribuição das vagas
A empresa interessada em contratar um estagiário faz o cadastro online na seção “Construindo Equipes” do site www.santandernegocioseeempresas.com.br e preenche o perfil da vaga. Atendidos os critérios de elegibilidade, as vagas são divulgadas entre os estudantes, por meio do Santander Universidades. A seleção do candidato é feita pela própria empresa.
2. Quem pode participar
Alunos matriculados em cursos de graduação de qualquer instituição de ensino do país.
3. Bolsas de estágio
A cada ano é definido um número de bolsas de estágio a serem oferecidas pelo programa. Para 2017, estão previstas 1.100 bolsas.
4. Inclusão no mercado
O Santander efetua o pagamento da bolsa de estágio por um período de 4 meses, para que o aluno atue em uma empresa de pequeno ou médio porte que seja cliente do Banco.
QUEM JÁ PARTICIPOU
A seguir, você conhecerá as histórias de três universitários que participaram da edição 2016 do Programa, ganhando experiência em algumas empresas clientes do banco.
1. A OPORTUNIDADE DE LIA
Lia Serra Dumont, 23 anos. Está no último semestre do curso de Psicologia e vem fazendo a diferença como a primeira estagiária da PBF, uma franquia da escola de inglês e espanhol, em Fortaleza (CE).
Pouco antes de iniciar seu último semestre no curso de Psicologia da Unifor (Universidade de Fortaleza), Lia viu no site da faculdade a notícia sobre a abertura de inscrições para o Programa Universitário-Empresas. “Estava aí uma chance de ganhar mais experiência antes de me formar. Dificilmente eu conseguiria um estágio por seis meses, que era o tempo que faltava para concluir o curso”, lembra Lia.
Enviou seu currículo, passou pela dinâmica de grupo e logo estava fazendo a entrevista presencial na PBF, cliente do segmento Empresas do banco. A direção da escola queria oferecer apoio aos professores no relacionamento com os alunos, na abordagem de situações comportamentais como o bullying.
Em 1º de junho lá estava Lia fazendo história na PBF. Assistiu a mais de 30 aulas, conversou com professores e preparou um treinamento para os monitores de sala. Agora, perto de terminar seu estágio, Lia planeja junto com a coordenação da PBF as ações futuras, mapeadas a partir de um levantamento realizado por ela.
“Quero deixar um planejamento com encontros e outras atividades que a escola pode executar”, adianta. A experiência ajudou-a a fortalecer sua afinidade com a área de psicologia escolar, sua segunda paixão, depois da atuação em hospitais. “Foi uma oportunidade maravilhosa”.
“Se não fosse o programa, não poderíamos ter uma estagiária nos ajudando em uma questão tão importante como a psicologia escolar. A Lia tem dado uma contribuição muito boa, é preparada e engajada. Para nós, foi excelente viver essa experiência”, diz Luciana Brito Fialho Borges, proprietária e diretora da PBF.
2. A VISÃO DE RODRIGO
Rodrigo Almeida Farah, 19 anos. É aluno do segundo semestre de Ciências Econômicas da FAE – Centro Universitário e já dá uma força nos lançamentos fiscais e contábeis da Pitlak, em Curitiba (PR). Atua como estagiário nas áreas administrativa, fiscal e contábil da Pitlak, uma indústria de alimentos congelados sediada em Curitiba (PR). Auxilia nos lançamentos e no controle do faturamento, das receitas e despesas.
Rodrigo diz que o grande benefício do estágio é trazer a visão de mercado para a vida real. “No estágio, todo dia é uma experiência nova, importante para meu aprendizado, minha carreira e meu currículo”. Ele chegou ao Programa Universitário--Empresas por meio do Núcleo de Empregabilidade da FAE e pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), parceiros do programa. “Os dois lados ganham com as oportunidades oferecidas pelo programa. É uma experiência boa para o estagiário, que evoluiu nesse período que está conosco, e para nossa empresa, que tem contado com sua valiosa contribuição”, conta Vinícius Coelho de Souza, controller do Grupo Pitlak.
3. A TROCA DE LUCAS
Lucas Duarte Borges Nunes, 20 anos. Trocou o curso de Engenharia pelo de Administração e em sua primeira experiência profissional na Solivetti Comércio e Serviços, de Recife (PE), uma empresa de locação de equipamentos multifuncionais e softwares, instalada há 25 anos na cidade.
Aluno da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), em 2016, ele tomou a decisão de trocar de curso: deixou de lado os três semestres em que havia estudado Engenharia e optou por Administração. “Eu me identifico mais com negócios e empreendedorismo”, diz.
Começou o estágio na Solivetti em 1º de junho de 2016. Trabalha na área de marketing digital e está ajudando na reformulação do site da empresa. “O estágio contribui para o curso, aliando a teoria à prática. Tudo tem sido muito construtivo, vou evoluindo gradualmente”, afirma. Para ele, o Programa Universitário-Empresas faz essa ponte com o mercado. “É a possibilidade de pôr a mão na massa”.
“O programa é bom tanto para o estagiário como para a empresa. O pagamento da bolsa é importante neste momento em que as empresas estão com dificuldade de contratação, trabalhando num patamar enxuto. Só assim conseguimos contratar um estagiário”, afirma José Laurentino da Silva Filho, diretor-executivo da Solivetti Comércio e Serviços.