O objetivo é o fim, o destino, o resultado esperado. Por mais claro que este objetivo seja para o empreendedor, nem sempre é fácil colocá-lo em palavras. Um objetivo mal definido pode dar mensagens equivocadas para a equipe, pode dificultar o processo de tomada de decisão, pode levar todo o projeto para um caminho diferente do esperado. O objetivo é a chave de um bom planejamento.
Por exemplo, você está montando seu próprio negócio e colocou como objetivo ‘Melhorar o entendimento do mercado’.
Uma pessoa que estiver executando este plano pode ter as seguintes dúvidas: ‘Melhorar quanto?’, ‘Até quando é preciso melhorar?’, ‘Como sei se melhorei?’, ‘O que é entendimento do mercado?’ e assim por diante. Um bom objetivo deve seguir algumas regras básicas. Uma delas que é bastante disseminado em cursos de Administração e Planejamento é conhecido como ‘SMART’, que significa em inglês, que os objetivos devem ser ‘espertos’, como um acrônimo formado pelas seguintes letras:
S – Specific (Específico)
Você deve determinar exata e claramente o que você espera alcançar. Todo objetivo deve ter uma meta que seja entendível por todos os envolvidos. Um meta clara faz com que todos os esforços sejam direcionados para o mesmo foco, em uma mesma direção. Objetivos muito subjetivos ou objetivos múltiplos geram confusão e dispersão de esforços, dificultando a preparação da equipe, a organização de recursos e o controle da execução do plano. No nosso exemplo, conhecer o mercado é muito subjetivo e amplo. Para sermos mais específicos, podemos estabelecer que queremos ter domínio dos comportamentos e hábitos de consumo de jovens consumidores da cidade de Florianópolis, por exemplo.
M – Measurable (Mensurável)
Para sabermos até que ponto estamos perto ou longe de atingir um objetivo precisamos de um indicador para medi-lo. Valores, percentuais, quantidade, etc. fazem parte de alguns destes itens que devem der acompanhados durante a execução do plano. No nosso exemplo, podemos definir que queremos conhecer uma amostra de 20% do nosso público-alvo.
A – Achievable (Atingível)
Um objetivo não pode agressivo demais a ponto de parecer inalcançável, pois acaba desmotivando as pessoas, que desistem antes sequer de começar a perseguir o objetivo. O objetivo deve ser agressivo o suficiente para ser encarado como um desafio e ser celebrado como uma grande conquista. Só sabemos se um objetivo é atingível se este for específico e mensurável. Se o empreendedor faz uma pergunta a um cliente que acaba de comprar um produto de sua empresa já melhorou o entendimento do mercado e assim, pode ter atingido o objetivo. Claro que isso não é suficiente, por isso, é preciso também saber se o objetivo é Relevante.
R – Relevant (Relevante)
Atingir este objetivo deve ser importante para alguém. O benefício da realização do plano deve ser usufruído por alguém ou alguma entidade. Deve haver um significado por trás das ações que fazem parte do plano. No nosso exemplo, o objetivo de conhecer melhor o mercado deve estar vinculado a alguma ação correspondente, como definir estratégias de comunicação, por exemplo, ou promover o redesenho de um produto. É pela relevância que se avalia se vale a pena tentar atingi-lo.
T – Time (Tempo)
Todo objetivo tem que ter um prazo, um limite, um posicionamento na linha do tempo. Caso contrário, nunca terá fim, nunca se saberá se foi atingido, neutraliza o efeito de qualquer forma de controle. O empreendedor pode iniciar atividades para começar a conhecer melhor o seu mercado, mas isso pode ser feito de forma contínua, eternamente. Mesmo ao definir uma métrica, como 20% do mercado, ainda assim a falta de um prazo pode ser interpretada de forma diferente pelas pessoas envolvidas. O senso de urgência do empreendedor para tomar decisões pode não coincidir com as pessoas diretamente envolvidas nesta atividade que farão com calma e sem pressa, pelo fato de um prazo não ter sido definido.
Exemplos de objetivos SMART
- Reduzir em 20% a taxa de inadimplência dos clientes corporativos até o lançamento da próxima coleção;
- Preparar um relatório comparativo do desempenho das máquinas em horários de pico ao final de cada dia, durante as próximas três semanas;
- Escrever um livro sobre planos de negócios, com 230 páginas no máximo, até o final de Setembro deste ano;
- Caminhar 9 quilômetros por dia, todas as manhãs, até atingir o peso de 83 km;
- Lançar um novo produto para o mercado de baixa renda na zona rural até 2014.
Marcos Hashimoto é professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Consultor e Palestrante, doutor em Administração de Empresas pela EAESP/FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), autor do livro Lições de Empreendedorismo e do software SP Plan de planos de negócios. Seu site pessoal é www.marcoshashimoto.com