Será que este é um bom momento para começar um negócio novo? Os riscos não aumentam em ambientes de incerteza? Hoje, vou discorrer um pouco sobre o tema e explicar por que o empreendedorismo carece de mais momentos como este para fomentar novos negócios. |
Historicamente, os principais empreendimentos do mundo surgiram depois de grandes instabilidades. Muitas multinacionais americanas surgiram depois da crise de 1929, a maior parte dos conglomerados do Japão começou no pós-guerra, para começar a reconstruir o país.
Ao mesmo tempo em que gera incerteza e desconfiança, o momento de turbulência momentânea movimenta mercados e ambientes que até então não enfrentavam mudanças e se mantinham estáticos e inertes. A movimentação faz empresas e pessoas se mexerem, obrigando-as a sair do lugar e buscar novos caminhos. Nestas transformações, boas oportunidades sempre surgem.
Quando o mercado passa por um longo período de estagnação, decorrente da insegurança sobre o futuro, é natural que as empresas interrompam seus investimentos na espera por um ambiente mais seguro e previsível. Assim, de fato, alguns negócios que dependem da venda de produtos e serviços não essenciais para estas empresas vão sofrer sim, mas por outro lado, que outros mercados podem surgir em decorrência desta paralisia das grandes? É aí que o empreendedor vai encontrar os ‘buracos’ de oportunidade.
Se alguém resolve adiar a troca da geladeira, uma marca vai sofrer este impacto, no entanto, um pequeno dono de uma oficina de manutenção de geladeiras ganhará mais clientes, pois as pessoas vão buscar dar uma sobrevida aos seus utensílios. Onde existe um problema para alguém sempre vai surgir uma oportunidade para outros. A habilidade do empreendedor é tentar identificar estes ‘nichos’ de oportunidade e se preparar para aproveitá-las.
Neste tipo de situação, quem é pequeno tem vantagens, pois uma grande empresa leva tempo para se adaptar às circunstâncias emergentes, enquanto as pequenas são mais ágeis, enfrentam menos burocracia, possuem estruturas operacionais mais simples, conseguem identificar uma oportunidade emergente e se adaptar para aproveitá-la mais rapidamente.
Veja alguns tipos de negócios que podem desenvolver novos negócios: empresas de manutenção, sites de “market place” C2C (consumidor para consumidor) e comparação de preços, brechós e bazares, cursos de capacitação de curta duração, mídia e outros conteúdos digitais, segmentos relacionados a autoajuda em geral e exportação de bens de consumo.
Marcos Hashimoto é Professor do Mestrado Profissional em Administração de Empresas da Faculdade Campo Limpo Paulista e da Fundação Instituto de Administração (FIA), Consultor e Palestrante, doutor em Administração de Empresas pela EAESP/FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), autor do livro Lições de Empreendedorismo e do software SP Plan de planos de negócios. Seu site pessoal é www.marcoshashimoto.com
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