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A diversidade dentro das empresas já é uma discussão antiga. Mas apesar da popularidade do assunto, não é incomum ver os cargos de governança de empresas sendo ocupados inteiramente por homens brancos. A lei não impõe nada sobre o assunto e, desta forma, as empresas continuam a ser preenchidas por pessoas dentro do mesmo perfil. E isso é um problema. Além de um problema social, a falta de diversidade causa danos ao funcionamento da sua empresa.A discussão foi pauta no 17º Congresso IBGC de Governança Corporativa, realizado em São Paulo. Falaram sobre o tema o presidente da Thymus Branding, Ricardo Guimarães; o presidente do conselho de administração do IBGC, Emilio Carazzai; e o palestrante internacional Simon C. Y. Wong, que atua como conselheiro independente no Reino Unido.
Na ocasião, foram destacadas as vantagens de ter uma equipe diversa. A seguir, entenda por que a diversidade deveria ser uma grande preocupação dentro de toda companhia e como promover a entrada de novas visões de mundo para o seu time:
A DIVERSIDADE IMPORTA
Nas palavras de Emilio Carazzai, “o que vale é a ética inspiradora, e não a restritiva”. Isso significa que a diversidade não deve ser algo assustador implantado porque é imposto. Deve-se ter uma equipe diversa porque a diversidade agrega valor, não como uma medida leviana. Trazer pessoas jovens, mulheres ou de diversas raças para a governança da sua empresa de maneira efetiva é bem mais vantajoso do que se manter preso a uma única perspectiva.
Além disso, a diversidade é também uma forma de acrescentar mais subjetividades para a empresa. E quanto maior o número (e a qualidade dessas subjetividades), maior a chance de que um conselho - ou equipe de liderança - examine corretamente a realidade. “Isso é uma questão de estimular a convivência da subjetividade com a objetividade. Cultivar como valor a subjetividade vai levar naturalmente a diversidade. Não adianta ter várias subjetividades iguais. Você não vai ter a realidade como ela se apresenta, apenas uma versão dela. Isso é pobre”, afirmou Ricardo Guimarães.
Além disso, aliar a subjetividade à objetividade é crucial para conseguir lidar com as mudanças constantes do mundo moderno. Com uma visão só, inevitavelmente alguma faceta importante da realidade será ignorada. Como disse Guimarães, um líder deve contar com diversas perspectivas para definir a realidade e tomar uma decisão de intervenção. “Essa perspectiva vai mudar dependendo da idade, dependendo do gênero, dependendo de diversos fatores. Quão mais rica for essa observação, mais bem informado você será e melhores serão as decisões que você toma”.
SÓ APARENTAR DIVERSIDADE NÃO BASTA
Não é difícil cair na armadilha do box ticking quando o assunto é diversidade. Ou seja, permitir que a diversidade seja medida por uma perspectiva completamente legalista, em que só o que conta são os números a serem cumpridos e a realidade não é levada em consideração.
Para Guimarães, essa é mais uma faceta da cultura frouxa promovida pelo impulso de seguir a lei cegamente. Mas a verdade é que diversidade é mais do que simplesmente acenar a cabeça para uma tabela preenchida em 30% por mulheres. A diversidade real deve permitir que esses indivíduos expressem suas diferenças. Simon Wong explicou: 'você não pode só abrir oportunidades e não mudar os empregos. Mulheres não querem ser homens, suas prioridades são diferentes. Jovens não querem devotar sua existência à companhia. Para encorajar a diversidade, os trabalhos precisam se encaixar a esses indivíduos'.
Para tanto é preciso que a diversidade seja uma parte integral da cultura da sua empresa, e não só no papel. O mercado moderno exige que as pessoas tragam as suas experiências pessoais para o trabalho, só assim a liderança é capaz de se manter atual. Com isso em mente, considere formas de tornar a sua companhia mais receptiva a pessoas e ideias diversas.
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