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Foi-se a época em que o tempo era inerte e as mudanças ocorriam apenas ocasionalmente. O mercado muda a todo momento e, para sobreviver, toda companhia deve ser capaz de se adaptar.
No 17º Congresso de Governança Corporativa promovido pela IBGC, em São Paulo, o presidente da Thymus Branding, Ricardo Guimarães, falou sobre o tema. Segundo ele, 'o poder não tem mais o controle que tinha antigamente'. No passado as empresas eram soberanas e funcionavam apenas com a repetição de hábitos pré-estabelecidos. Já hoje, empresas que não se reinventam ficam obsoletas.
De acordo com o presidente da Thymus, isso acontece porque estamos passando por uma aceleração histórica. Ele credita essa mudança ao desenvolvimento das tecnologias, que permite que todos os indivíduos deixem de ser passivos perante as grandes companhias. Agora, todos são capazes de criar conteúdo e espalhá-lo ao mundo sem ter que se submeter a uma grande companhia. 'O padrão da sociedade industrial está entrando em decadência. Está surgindo uma nova realidade baseada em intangíveis: a sociedade do conhecimento', afirmou.
Para sobreviver nesse cenário é imprescindível que as empresas abandonem o modelo padrão não só no exterior da empresa pois não basta promover uma imagem de inovação para o mundo exterior e continuar com estruturas hierárquicas arcaicas dentro da empresa. A regra agora é a flexibilidade.
O presidente da Natura, Roberto Lima, alerta também para a importância da cultura da criatividade dentro das empresas para promover esse modelo: 'Temos que ser criativos. E para estimular a criatividade é preciso sair da rotina, tomar café em um lugar diferente, etc. Mudar os seus hábitos incentiva a criatividade. Vocês já pararam para pensar em quanto tempo estudantes da Unicamp, de Stanford ou da Poli vão criar algo que vai fazer com que o seu negócio já não tenha mais sentido da maneira que ele é feito agora?', questionou.
Essas mudanças estão acontecendo no mundo todo e já foram reconhecidas inclusive por Steve Hawkins, que em uma palestra para alunos de Stanford afirmou que a palavra do século é 'complexidade'. 'Essa nova dinâmica social cria uma simultaneidade de ocorrências dentro do sistema, o que torna difícil a identificação de causa e efeito com clareza', afirmou o presidente da Thymus.
Pode soar como o fim do mundo, mas não é. Trata-se apenas do fim de um modelo já usado há muito tempo. No momento, o modelo mais eficiente é o da desburocratização e incentivo da individualidade dentro das empresas,e o consenso é que, no momento, é essencial abrir espaço para a inovação, e nada funciona melhor para esse fim do que permitir que os seus funcionários abram seus horizontes.
O pensamento crítico funciona hoje muito melhor do que a obediência cega às leis e tradições. A liderança colaborativa funciona melhor que a “ditadura do medo” dentro das empresas. A cooperação é mais útil do que a competição. É um novo mercado e o foco dele são as pessoas. Empresas devem buscar funcionários que sejam mais do que uma peça do relógio. Tudo isso garante flexibilidade a empresas. Para mudar é preciso agir logo.
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