De acordo com a série histórica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2017 foi um ano para ser celebrado.
A razão para isso é a participação expressiva do agronegócio na balança comercial, totalizando 81,86 bilhões de dólares em receitas. 2017 só perde para 2013, ano em que o setor registrou o recorde histórico, com saldo positivo de 82,91 bilhões de dólares.
Tendo em vista o expressivo crescimento do setor, é fundamental antecipar-se, acompanhando as tendências que deverão pautar os negócios ao longo do ano. Confira as principais:
1. Foco na redução das despesas
Os prognósticos macroeconômicos apontam para o ligeiro aumento no custo de produção, que deverá afetar diretamente os empresários do agronegócio. Juros mais altos deverão vir acompanhados de reajustes em quase todas as tarifas, tais como as de energia elétrica, combustíveis e insumos em geral. Portanto, mais do que nunca o agricultor deverá centrar esforços na contenção de gastos e em estudar o setor.
No setor agropecuário, esse custo é sensivelmente maior em estoque e armazenagem. Uma das maneiras de mitigar os gastos é recorrer ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que concede financiamentos pagos em até 15 anos, com juros de 4% anuais.
2. Uso intensivo da tecnologia
A Internet das Coisas (IoT) está presente também no campo. Já não é de hoje que a tecnologia aumenta a eficiência dos processos em agricultura. Exemplo disso é a utilização de sensores IoT para monitorar as temperaturas do solo, do ar e para medir a velocidade do vento.
Com a ajuda dos recursos tecnológicos, da biotecnologia e da internet, é possível produzir mais e melhor. As melhorias são percebidas ao realizar colheitas no momento certo e em ajustes que permitem mais produtividade, como o controle do volume de água destinado à irrigar plantações.
3. Investimento em gêneros agrícolas tradicionais
Um relatório do Rabobank, uma das maiores autoridades mundiais no setor do agronegócio, apontou para os gêneros que deverão estar em alta na pauta de exportações ao longo do ano. De acordo com o estudo, os juros mais baixos na maioria dos mercados estrangeiros e um cenário geral de maior liquidez, que já era percebido ano passado, deve se consolidar neste ano para as seguintes culturas, que deverão produzir:
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soja, 107 milhões de toneladas;
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milho, 88 milhões de toneladas;
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algodão, 1 milhão de hectares em área cultivada;
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café, entre 57 e 59 milhões de sacas.
O mesmo relatório aponta também para aumento no consumo de gêneros em todo o mundo. Em comparação com as temporadas 2016/2017, o biênio 2018/2019 deverá confirmar incremento de 2,4%, o que indica um mercado em franca expansão.
Entretanto, mesmo que as tendências do agronegócio apontem para crescimento, dificilmente 2018 se igualará à performance do ano passado. De qualquer forma, a expectativa é ainda bastante otimista.